Segundo
Pretti (p.7, 1974) "a língua é o suporte de uma dinâmica social", ou
seja, é o principal código utilizado pelo homem em sua vida social.
Numa
sociedade letrada, não se lê e se escreve apenas, mas principalmente se fala. A
valorização social de uma pessoa, atualmente, está intimamente ligada ao seu
desempenho escrito, mas também ao oral, pela razão da ampla exposição aos meios
de comunicação
Hoje, busca-se dedicar o mesmo tempo de aprendizagem
tanto para a expressão oral quanto para escrita, como meio de inserção do jovem
na sociedade. Para revigorar a língua escrita, é preciso inserir-lhe os
elementos vivos da língua falada, através da prática de uma leitura constante.
Usar bem a língua não significa necessariamente falar
e escrever de modo correto, mas de modo adequado à circunstância. A principal
preocupação não deve ser a de seguir as regras, mas a de usar a linguagem
adequada à situação e ao objetivo em mente.
Não se pode afirmar que falar e escrever bem para a
sociedade é o mais importante, e sim , a questão da adequação vocabular, ou
seja, a utilização do registro (fala) no momento certo. Reconhecer a
importância do padrão culto não significa banir para sempre o falar espontâneo
do dia-a-dia. Tudo tem a sua hora e lugar.
Então, a leitura passa a ter um papel efetivo nessa
questão, pois ao adquirir a prática de ler textos variados, desde simples
revistas em quadrinhos, o jornal cotidiano ou um conto de Machado de Assis,
você passa de um simples "leitor-observador" para um
"leitor-conhecedor". E isso ajudará muito no que diz respeito ao seu
conhecimento oral e escrito, pois a leitura não só dá "asas à
imaginação": ela faz você interagir socialmente, ativando os seus mais
variados conhecimentos, desde o cultural ao lingüístico.
É importante ressaltar que, qualquer que seja o ramo
da atividade, o profissional sabe que o êxito dele depende, além dos
conhecimentos próprios da área, de sua habilidade na leitura, que resultará em
competência quanto ao manejo da língua. Enfim, todo saber é adquirido e
transmitido através desse instrumento primordial da comunicação humana na qual
a leitura é uma das protagonistas.
Desta forma, para o nosso jovem, que vem em processo
de formação constante, é papel primordial do educador e também dos
responsáveis, criar interesses, orientar esforços e apontar caminhos em relação
à prática de leitura, construindo-o como pessoa e cidadão esclarecido, crítico
e exigente em relação à sociedade em que quer viver. Como diz Paulo Freire (p.
15, 1996): "Homens e mulheres são seres éticos, capazes de intervir no
mundo, de comparar, de ajuizar, de decidir, de romper, de escolher, capazes de
grandes ações...".
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
PERINI, Mario A. Sofrendo a gramática. São
Paulo: Ática, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. POSSENTI,
Sírio. Por que (não) ensinar gramática na Escola? Campinas,
SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil: 1996. PRETTI, Dino.Sociolingüística:
os níveis da fala. São Paulo: Nacional, 1974.Gisa, Profª,colegiosantamaria.com.br/aprenda-mais.